Causas, prevenção e ativos coadjuvantes para estrias

As estrias são atrofias da pele adquiridas devido ao rompimento de fibras elásticas e colágenas, a princípio avermelhadas, depois esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas).

Inicialmente são avermelhadas e com a evolução se tornam esbranquiçadas, descritas como: tiras ou linhas, com depressão ou elevação do tecido, com mudança de cor e textura. As estrias aparecem no corpo na qual a pele sofreu um estiramento. Portanto, tratar-se de um processo de natureza estética, uma vez que não gera incapacitação física ou alteração da função cutânea, causa um profundo desagrado em alguns indivíduos, chegando a tornar-se motivo de depressão psíquica e sentimentos de baixa autoestima. Porém, quando comparadas com uma pele normal possuem redução significativa de fibrilina, colágeno e elastina, podendo apresentar-se rubras ou esbranquiçadas, sendo de início avermelhadas e após um período que varia entre 4 a 18 meses, tornam-se nacaradas. A coloração depende da associação do componente microvascular e do tamanho e atividade dos melanócitos. Em pacientes de fototipo mais alto, as estrias recentes costumam ser hipercrômicas.

Diferença entre as estrias vermelhas e brancas:

Estrias Rubras: são classificadas como iniciais, com aspecto inflamatório e tonalidade rosada da epiderme, uma vez que é causada pela distensão intensa das fibras elásticas. Desta forma, pode-se assim visualizar, por nitidez, uma excessiva circulação capilar da derme subpapilar. Há também as atróficas, que possuem aspecto cicatricial, linha flácida no centro e hipocrômica.

As fibras elásticas estão entrelaçadas e algumas se apresentam rompidas. Já a estrutura do colágeno está desordenada e os anexos da pele encontram-se conservados.

Estrias Albas: são esbranquiçadas, há ausência de dor, diminuição progressiva da coceira – que possuem aspecto cicatricial, linha flácida no centro e hipocrômica. As fibras elásticas estão entrelaçadas e algumas se apresentam rompidas. A estrutura do colágeno está desordenada e os anexos da pele encontram-se conservados.

Estrias Nacaradas: Já as nacaradas apresentam flacidez central e são revestidas por epitélio pregueado, onde ocorrem falhas dos pelos, na secreção sudorípara e sebácea. As fibras elásticas estão na maioria rompidas e as lesões evoluem para fibrose.

Tipos:

As estrias atróficas podem ser definidas como um processo degenerativo cutâneo, benigno, caracterizado por lesões atróficas em trajeto linear, que variam de coloração de acordo com a sua fase evolutiva e que são causadas pela ruptura das fibras colágenas e elásticas da pele e, muitas vezes, com perda da coloração no local.

Há diferenças entre autores quanto a sua incidência, porém todos entram em consenso ao relatar que as estrias atróficas são encontradas em ambos os sexos, mas com predominância no feminino, principalmente a partir da adolescência, com a maior incidência de estrias em meninas ocorre entre doze e quatorze, e nos meninos, de doze a quinze anos. Entretanto, as estrias são notadas em todos os grupos etários.
Existem três teorias para tentar justificar o aparecimento das estrias: mecânica, endócrina e infecciosa, que ainda há muitas controvérsias.

  • Teoria mecânica: por meio da deposição excessiva de gordura no tecido adiposo, ocorre danos às fibras elásticas e colágenas da pele, também aparecendo como sequelas de rápidos períodos de crescimento, onde ocorre a ruptura ou perda das fibras elásticas dérmicas, como por exemplo, na gestante, no estirão do crescimento e em obesos.
  • Teoria endócrina: a etiologia da estria parece estar intimamente relacionada com as alterações hormonais, especificamente com os hormônios corticóides. Esta teoria postula que o hormônio esteróide está presente de forma atuante em todos os quadros em que as estrias surgem, como na obesidade, adolescência e gravidez, explicando o fato da ocorrência de estrias ser raríssima em crianças abaixo de cinco anos, ou até nove anos, mesmo que obesas, pois a secreção desse hormônio só se inicia na puberdade.
  • Teoria infecciosa: sugere que processos infecciosos acarretam danos às fibras elásticas, provocando as estrias. Foi observada em adolescentes a presença de estrias púrpuras após febre tifóide, tifo, febre reumática, hanseníase e outras infecções. Acredita-se ainda que as estrias possam ocorrer em indivíduos que têm predisposição genética. Acredita-se que os genes determinantes para a formação do colágeno, da elastina e da fibronectina estejam reduzidos em sujeitos portadores de 34 estrias atróficas, ocasionando uma alteração no metabolismo do fibroblasto. Já que a estria atrófica é uma lesão cutânea, após o aparecimento destas, como em toda lesão, ocorrem diversos processos na tentativa de reparar a lesão.

Localização
No sexo feminino: face lateral da coxa, coxas, mamas, glúteos, flancos, abdômen, fossa poplítea e região lombossacral;
No sexo masculino – Ombros, tórax, braços e abdômen.
Quanto à localização das estrias, pode-se observar uma incidência maior nas regiões que apresentam alterações teciduais como glúteos, seios, abdômen, coxas, região lombossacral (comum em homens), podendo ocorrer também em regiões não muito comuns, como fossa poplítea, tórax, região ilíaca, antebraço, porção anterior do cotovelo.

Fatores Desencadeantes:

Crescimento repentino; Hormônios; Obesidade; Musculação; Gravidez; Fatores hereditários; Fatores mecânicos.

Os principais objetivos no tratamento:

  • Aumentar a microcirculação e a espessura da derme;
  • Acelerar o crescimento e a espessura da epiderme;
  • Estimular os fibroblastos e hidratação cutânea.

Referências:

DE OLIVEIRA GUIRRO, Elaine Caldeira. Fisioterapia dermato-funcional: fundamentos-recursos-patologias. Manole, 2002.

MAIA, Marcus et al. Estrias de distensão na gravidez: fatores de risco em primíparas. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 84, n. 6, p. 599-605, 2009.

BORGES, Fábio dos Santos; SCORZA, Flávia Acedo. Terapêutica em estética: conceitos e técnicas. São Paulo: Phorte, 2016.

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