A Pele e o Climatério

O climatério representa a transição gradual da fase reprodutiva para a não reprodutiva. Com isso, este período começa a partir dos 40 anos, quando se constatam as primeiras alterações endócrinas decorrentes.

Durante o climatério, a pele apresenta modificações significativas que coincidem com a acentuação do envelhecimento interno e externo. A desidratação cutânea nesse período é evidente, repercutindo em ressecamento, aspereza e descamação.

O termo menopausa é conceituado pela última menstruação, na qual ocorre a perda total da atividade folicular ovariana, e que normalmente apresenta-se na mulher brasileira entre 48-50 anos. Já a perimenopausa sinaliza o período e que se inicia, por volta dos 45 anos. Neste ocorrem as primeiras manifestações clinicas do climatério.

Alterações da pele

Os hormônios esteroides sexuais desempenham extraordinário efeito de manutenção e integridade da fisiologia cutânea. Na qual, os receptores de estrogênio estão presentes em diversas partes da pele, porém possui maior influência em determinadas regiões, como a face.

Portanto, ocorre uma presente relação entre o declínio do colágeno muito rápido nos primeiros anos de pós-menopausa, uma perda cerca de 30% de colágeno cutâneo nos primeiros 5 anos.

Os sintomas de perda de firmeza e elasticidade ocorrem devido a alterações relacionadas com o estado de hipoestrogenismo. Além claro de outras consequências que incluem:

  • Formação de linhas de expressão, pelo processo de glicação;
  • Impacto negativo a exposição excessiva ao raios solares, que alteram estruturas celulares de todas as camadas de pele. Isso pode ocasionar a ausência de diferenciação celular na camada epidérmica, levando a uma alteração de turnover normal cutâneo, provocando perda de polaridade da arquitetura e o TEWL (sigla em inglês para transepidermal water loss) aumento da perda transepidérmica de água; 
  • Tabagismo que podem potencializar os efeitos da menopausa sobre a pele;
  • A perda de área da superfície da junção dermoepidérmica e perda das profundidade das cristas, o que leva ao aumento de fragilidade capilar, pois resulta em menor transferência de nutrientes entre a derme e epiderme.
  • Afinamento aproximadamente 20% da espessura da derme, pela alteração do mecanismo de produção proteica.
  • Redução glicosaminoglicanas, pela perda de retenção e transporte de água. Observando severa desidratação.

E como lidar com todas essas mudanças?


Como cuidados gerais, recomenda-se não fumar, fazer atividade física regular e reposição de vitaminas, como a vitamina D e o óleo de linhaça, além de uma boa dieta, rica em proteínas, fibras e com baixo teor de açúcares refinados para minimizar a perda de colágeno e da massa muscular e óssea.

Uma pele envelhecida e malcuidada pode não encurtar a vida ou trazer risco de mortalidade, mas afetará certamente no bem-estar e autoestima dessas mulheres. Sendo assim, o profissional da saúde, estética e beleza deve dominar as principais alterações que apresentam nesta fase da vida. Portanto, observar e centralizar na melhora da qualidade de saúde e condição de pele, e não simplesmente prolongá-la. Por isso, a escolha de cosméticos especializados em proteger preventivamente e a manutenção da pele de danos relacionados a cicatrização, desidratação, radicais livres irão contribuir para viço, luminosidade, maciez e longevidade da pele dessas mulheres.

Referências:

  • QUATRESOOZ, Pascale et al. Skin climacteric aging and hormone replacement therapy. Journal of Cosmetic Dermatology, v. 5, n. 1, p. 3-8, 2006.
  • MOSER, Ivone. Cosmetologia: Como eu faço, v 1.Midiograf II Editora,2019.
  • PIÉRARD, Gérald E. et al. Asymmetric facial skin viscoelasticity during climacteric aging. Clinical, cosmetic and investigational dermatology, v. 7, p. 111, 2014.

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